Giro econômico da Semana – Análise do Boletim Focus (16/11)

Análise do Boletim Focus (16/11)

Pela décima quarta semana seguida, os analistas de mercado elevaram a estimativa da inflação para cima, tanto para o IPCA quanto para o IGP-M.

No mês de outubro a inflação oficial do país subiu para 0,86%, sendo essa a maior taxa desde o ano de 2002.

Por outro lado, a previsão do PIB para 2020 melhorou. E desse modo, o mercado diminuiu as projeções do rombo de -4,80% para -4,66%.

Além do PIB, pela primeira vez em algumas semanas, a projeção do câmbio melhorou. E agora o mercado acredita que 2020 deverá fechar com o dólar cotado a R$ 5,41.

Crescimento do PIB

As projeções de crescimento do PIB melhoraram nesta semana e passaram de -4,80% para -4,66%. Já para o ano de 2021 elas mantiveram-se estáveis nesta semana com o mercado acreditando em crescimento de 3,31%.

É preciso salientar, que as projeções  para 2021 ainda poderão sofrer oscilações, visto que uma possível segunda onda do Covid-19 pode abalar a economia mundial. Portanto, as previsões para o PIB do próximo ano seguem bastante incertas.

No entanto, o que é possível ver no momento é que a economia brasileira está aos poucos saindo do recesso.

Inflação

Pela décima quarta semana seguida, as metas de inflação estão sendo revistas para cima pelo mercado financeiro.

Nesta semana, as projeções para o IPCA saltaram de 3,20% para 3,25%. Apesar de continuar crescendo, o ritmo de crescimento diminuiu.

O mesmo movimento pode ser acompanhado no IGP-M. Afinal, na semana passada o mercado projetava que o indicador fosse fechar o ano em 20,47%. Nesta semana as projeções subiram para 21,21%. 

Antes de mais nada, é preciso saber que o motivo para o IGP-M estar tão alto, está na metodologia usada no índice.

Desse modo, o IPCA considera nove categorias de produtos e serviços que refletem o hábito de consumo de 90% das famílias brasileiras.

Já o IGP-M, diferente do IPCA, é composto por uma média aritmética de mais três índices:

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Por conta da desvalorização do real, muitas commodities que são cotadas em dólar aumentaram o preço, impactando no índice.

Além disso, o setor de construção civil segue aquecido, o que justifica o aumento do preço em alguns produtos que compõem o INCC.

Taxa de juros e Taxa de Câmbio

As projeções para a Taxa Selic se mantiveram em 2%. Até porque, a última reunião do Copom está marcada para o dia 06 de dezembro.

No entanto, o mercado acredita que nesta última reunião do ano, o Comitê não deverá mexer na taxa Selic.

Para 2021, as projeções seguem mantidas em 2,75%. E para 2022 a taxa continua sendo projetada em 4,5% mostrando uma trajetória de crescimento no médio prazo.

As projeções para o câmbio pela primeira vez melhoraram. A expectativa vinha de desvalorização crescente do real frente ao dólar.

Porém, com a vitória dos democratas nos EUA, houve uma valorização da nossa moeda, e agora as projeções são de que o dólar vire 2020 cotado a R$ 5,41.

Para quem trabalha com importação de matéria prima, esse pode ser um alívio para um ano bastante complicado.

Produção Industrial

Com o câmbio melhorando, a projeção para a produção industrial também melhorou. Na semana passada, elas eram de -5,49%.

Nesta semana o mercado reviu as projeções, e agora acredita que a produção industrial brasileira irá encolher 5,34%. Há quatro semanas a queda era estimada em -5,98%.

Em outras palavras, o mercado, apesar de cauteloso, segue um pouco mais otimista em relação à economia brasileira.

Já em relação aos investimentos diretos feitos no país, a expectativa se manteve em US$ 50 bilhões nesta semana, mostrando que o mercado ainda segue com cautela no apetite por investimentos.

Bitcoin e criptomoedas

Enquanto a economia segue sob incertezas, o Bitcoin continua crescendo e batendo recordes históricos.

Na última semana, a criptomoeda saltou de R$ 83.700 mil na sexta-feira (06) para R$ 89 mil na sexta-feira (13).

Esse foi um crescimento de aproximadamente 6% em apenas uma semana. No mês o crescimento já ultrapassa os 30%.

Considerando o cenário com inflação alta, câmbio desvalorizado e incertezas mundiais, o Bitcoin pode ser uma excelente opção de investimento.

Afinal, a criptomoeda somente é afetada pela lei da oferta e procura e qualquer decisão macroeconômica não tem o poder de interferir na sua cotação.

Esse foi o nosso giro econômico da semana.

Trazendo expectativas sobre investimentos e cenários futuros.

Fique ligado que semana que vem tem mais.

 

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Autor: andre.horta

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