PIX do Banco central e o Bitcoin

Para entender a relação do Bitcoin ao PIX do Banco Central, precisamos voltar um pouco no tempo. Certamente uma das maiores crises de todos os tempos foi a de 2008. A recessão vista há 12 anos começou no fim de 2007 quando correntistas correram ao banco britânico Northern Rock para sacar seu dinheiro, levando o banco à falência. O desejo por liquidez, somado com excesso de intervenção estatal, apresentou uma crise financeira pior que a observada no Japão do início da década de 1990. 

Logo após todo o estouro, muitas pessoas começaram a abrir os olhos para as interferências de governo. Além disso, buscavam novas opções para terem mais liberdade econômica. Sendo assim, nada melhor que apresentar ao mundo um dinheiro que não pode ser manipulado por nenhum governo ou instituição financeira. Ou seja, não haveria hora melhor para Satoshi Nakamoto expor o white paper do Bitcoin ao mundo. 

As grandes características do Bitcoin

Uma moeda, que ao contrário do dinheiro de curso forçado, é descentralizada e não precisa de intermediários para ser transferida causou um grande impacto no mundo. De fato, o BTC trouxe uma libertação não vista há muito tempo. Contudo, no início muitos não deram a importância adequada para o criptoativo. Países “dormiram” durante muito tempo, pois não enxergavam o Bitcoin como uma ameaça.

O tempo foi passando e o BTC crescendo em popularidade. Como resultado, hoje o criptoativo passou a ser visto como muito mais que uma forma de investimento, pois muitos já o enxergam como um porto seguro por suas características intrínsecas. Ao contrário do fiat, o Bitcoin não pode ser emitido em grandes quantidades para que seja desvalorizado. O BTC está limitado a 21 milhões de unidade, o que traz mais valor para o ativo digital..

Governos começam a prestar atenção no Bitcoin

Assim que o Bitcoin começou a fazer barulho, quem estava “dormindo” acordou e rompeu com sua posição no comodismo. Países de todo o mundo se posicionaram sendo a favor ou contra o criptoativo. No entanto, não foram apenas os países que ficaram atentos aos ativos digitais. O ano de 2019 surpreendeu o espaço blockchain quando o Facebook anunciou seu desejo de ter um próprio ativo digital. 

Certamente esse foi o maior impulso para os governantes iniciarem uma corrida na emissão de um ativo emitido por Bancos Centrais. A China deu um grande start e foi seguida por outros países que estão tentando permanecer relevantes nesse mercado. Ademais, outras soluções para combater o Libra, e até mesmo o próprio Bitcoin, foram criadas. 

PIX, Uma resposta do banco central do Brasil ao Bitcoin

Apesar de o Brasil ainda não ter planos concretos para um lançamento de uma moeda digital do banco central, ele também se posicionou e lançou uma alternativa ao Bitcoin, o sistema de pagamentos PIX. De acordo com o banco central, o serviço inovador possibilitará que o dinheiro saia de uma conta para outra em poucos segundos, 24 horas, nos sete dias da semana, inclusive entre contas de diferentes instituições.

“Essas operações eletrônicas podem levar dias — e muitas delas acabam custando caro (algumas instituições chegam a cobrar mais de R$20 por TED, por exemplo). E o dinheiro vivo pode representar um risco maior tanto para o pagador quanto para o recebedor”.

Olhando para a inovação, as transações serão facilitadas, podendo ser feitas através de códigos QR, chaves de endereçamentos e aproximação física dos dispositivos. Além disso, funcionará via caixas eletrônicos, on-line e em aplicativos móveis. Inegavelmente isso foi um grande “balde de água fria” para a Ripple. A empresa que possui a segunda maior altcoin do mercado, apesar de desejar fazer acordos com bancos no Brasil em 2020 para remessas de recursos via blockchain, foi completamente ignorada.

PIX vs Bitcoin

Embora pareça atraente um sistema com respaldo do banco central, é importante notar que ele é totalmente centralizado. Ou seja, não traz a segurança do Bitcoin. Um sistema com uma grande centralização se torna um alvo fácil para atacantes, pois é muito mais simples para um hacker se concentrar em um serviço que está em apenas um local que em uma rede distribuída ao redor do mundo. 

Outro ponto negativo para o PIX é que para que suas transações ocorram é necessário identificar o recebedor com CPF, número de celular, CNPJ ou outro dado validado pela plataforma. Dessa forma, assim que uma dessas informações for colocada no aplicativo, todos os dados do recebedor/pagador serão mostrados na tela. Em contrapartida, as transações do BTC não exigem a identidade de nenhuma das partes. Ou seja, você sai de uma transação mantendo sua privacidade. 

O PIX também exigirá que os participantes tenham conta em banco, instituição de pagamento ou fintech. Em outras palavras, aumenta a barreira de entrada no sistema. Com o Bitcoin não é necessário conta em nenhum sistema financeiro tradicional para que transações sejam realizadas. Isso faz com que pessoas que não conseguem ter acesso aos bancos possam enviar dinheiro para qualquer lugar do mundo.

Ademais, o PIX ainda terá que provar que realmente é um sistema que funcionará 24/7. O sistema tradicional, apesar de estar envolvido com dinheiro há séculos, ainda apresenta certas deficiências. Não é segredo para ninguém que as instituições governamentais apresentam dificuldades em satisfazer os desejos dos indivíduos com seus sistemas financeiros falhos que eventualmente sofrem inconstâncias. Em contrapartida, o Bitcoin está há 11 anos no mercado e nunca saiu do ar. Seu blockchain está a cada dia mais forte e distante dos ataques de 51%. 

Conclusão sobre o PIX do Banco central e o Bitcoin

Em suma, o PIX é centralizado na mão de governantes que ainda não descobriram como o mercado funciona, por isso criam crises que tiram a liberdade financeira das pessoas. É provável que ainda continuem sem saber, pois somente no livre mercado os indivíduos conseguem escolher o produto que desejam, e dinheiro é um produto. O universo blockchain já conta com mais de 5.000 criptoativos. Mesmo que a maioria não tenha nenhum valor real, os indivíduos podem escolher por qual projeto optar e o Bitcoin tem se mostrado a cada dia uma melhor opção para enfrentar os sistemas oferecidos pelos Bancos Centrais de todo o mundo.

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Autor: andre.horta

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