Governo venezuelano oficializa criptomoeda Petro
O governo venezuelano oficializou o Petro (PTR) como unidade contável governamental, a partir do dia 20 de agosto. A novidade foi anunciada pelo presidente Nicolás Maduro em uma transmissão televisionada. A criptomoeda é regulada pela Petróleos de Venezuela (PDVSA), companhia estatal do país.
Durante o pronunciamento à nação, Maduro afirmou que o Petro será a segunda moeda da República, juntando-se a oficial bolívar soberano, e que assumirá todas as transferências da PDVSA. O valor será baseado no custo de um barril de petróleo, que hoje gira em torno de US$ 60.
Cada Petro, como dito anteriormente, será emitido pelo próprio estado venezuelano, indo contra as premissas de outras criptomoedas (como o bitcoin, ethereum e dash) de serem descentralizadas.
O site oficial confirma a utilização da criptomoeda como “forma de pagamento de impostos, taxas, contribuições e serviços públicos nacionais, tomando como referência o preço do barril venezuelano do dia anterior com um desconto”.
No entanto, não é esperado que a população use o Petro em ações diárias, pois as maneiras de adquiri-la ainda são limitadas. Por exemplo, ao contrário de outras, não é possível comprar tokens da criptomoeda com bolívares superiores.
Apesar da expectativa do país sul-americano ser de arrecadar até US$ 6 bilhões de investidores dos Estados Unidos e de outros países asiáticos, como Qatar e Turquia, o mercado internacional não vê o Petro com bons olhos. O EUA já afirmou que a providência está sendo tomada apenas para esconder sanções do país que violam os direitos humanos.
A iniciativa faz parte de um pacote de medidas tomadas pelo governo para tentar reaquecer a economia do país e driblar a hiperinflação (que fechará esse ano em 1.000.000%). Para se ter uma ideia, o desemprego já está em 29,8% e faltam produtos básicos nos supermercados, como farinha de trigo e papel higiênico.