Giro econômico da Semana – (03/11)

Análise do Boletim Focus

Mesmo com a pressão inflacionária sondando a economia, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a taxa Selic inalterada em 2% na última reunião.

A ata foi divulgada na manhã desta terça-feira (03/11) e nela o Copom diz julgar adequado esse tipo de estímulo.

Afinal, de acordo com o documento, a expectativa da inflação está abaixo da meta, o regime fiscal mantido e a expectativa de inflação de longo prazo ancorada.  

Para o comitê, o regime de teto dos gastos está sendo fundamental para condicionar a não elevação dos juros que colabora para evitar um aumento substancial da dívida pública.

Quer saber mais? Confira a nossa análise do Boletim Focus publicado nesta terça-feira, 03 de novembro de 2020.

Crescimento do PIB

Na semana passada foi possível observar uma melhora substancial nas projeções do PIB para 2020.

Porém, para essa semana as projeções se mantiveram em -4,81%. Como o ano vem chegando ao seu final, a oscilação das previsões deverá diminuir.

Desse modo, há uma grande probabilidade do recuo do PIB ficar entre -4,5% a -5% neste ano.

Já para o ano de 2021 houve novamente uma piora nas projeções. O crescimento previsto para o ano que vem está em 3,34%.

Há cinco semanas atrás as projeções eram de crescimento de 3,5% do PIB em 2021. Na semana passada a projeção era de 3,42%.

Isso mostra uma tendência decrescente, e liga o sinal de alerta para os investidores e empresários.

Afinal, é possível observar que o otimismo econômico para o ano que vem está diminuindo gradualmente.

Para 2022 o mercado continua acreditando em um crescimento de 2,5%.

Inflação

A inflação continua sendo a principal vilã da economia neste ano de 2020, embora o IPCA aponte para uma inflação dentro da meta.

O que acontece é que o preço dos alimentos básicos está subindo. Mas, como o setor de serviços sofreu com a pandemia, houve um equilíbrio do IPCA.

No entanto, a inflação sentida pelas classes sociais mais vulneráveis é maior do que o registrado pelo IPCA e por isso os supermercados já estão registrando queda nas receitas.

Embora ainda esteja dentro da meta, o IPCA segue crescendo, e em quatro semanas saltou de 2,12% para 3,02%.

E se o IPCA já preocupa, o IGP-M está tirando o sono de muita gente.

O índice, que em abril estava perto de 6,68%, saltou para 20,23% na projeção da última semana.

Antes de mais nada, é preciso saber que o motivo para o IGP-M estar tão alto, está na metodologia usada no índice.

Desse modo, o IPCA considera nove categorias de produtos e serviços que refletem o hábito de consumo de 90% das famílias brasileiras.

Já o IGP-M, diferente do IPCA, é composto por uma média aritmética de mais três índices:

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Por conta da desvalorização do real, muitas commodities que são cotadas em dólar aumentaram o preço, impactando no índice.

Além disso, o setor de construção civil segue aquecido, o que justifica o aumento do preço em alguns produtos que compõem o INCC.

O grande problema é que o IGP-M é usado como indexador para reajuste de contratos de aluguéis.

Na prática, isso mostra que muitas empresas e também pessoas físicas vão sentir um baque no bolso no ano que vem.

Taxa de juros e Taxa de Câmbio

Por conta da última reunião do Copom, ficou evidente que a Taxa Selic deverá fechar o ano em 2%.

Para 2021, as projeções seguem mantidas em 2,75%. E para 2022 a taxa continua sendo projetada em 4,5% mostrando uma trajetória de crescimento no médio prazo.

O câmbio, por outro lado, continua sendo o vilão, colaborando inclusive para o aumento da inflação nos últimos meses.

Há quatro semanas atrás, o mercado estava projetando que o dólar iria fechar 2020 cotado em R$ 5,25.

Na semana passada, esse valor subiu para R$ 5,40 e nesta semana saltou para R$ 5,45.

Portanto, a desvalorização do real está crescendo a passos largos, preocupando alguns setores e favorecendo outros.

Afinal, há um panorama favorável para a exportação, assim como para investimentos em fundos internacionais.

Produção Industrial

Já a projeção para a Produção Industrial segue apresentando uma melhora pequena.

Há quatro semanas as projeções eram de queda de 6,30% e nesta semana caíram para 5,74%.

Na semana passada o mercado acreditava que a queda da produção industrial seria de 5,90%.

Isso mostra que apesar da dificuldade do momento, a economia brasileira vem apresentando crescimento.

Já em relação aos investimentos diretos feitos no país, a expectativa se manteve em US$ 50 bilhões nesta semana.

Isso mostra que o mercado ainda segue cauteloso no apetite por investimentos. Até porque há muita instabilidade no cenário mundial.

Bitcoin e criptomoedas

Se por um lado a economia segue patinando, por outro as criptomoedas estão se mostrando cada vez mais atraentes.

O Bitcoin segue uma trajetória crescente, batendo recordes históricos de cotação.

Na última semana, a criptomoeda continuou crescendo e saltou de R$ 73 mil na sexta-feira (23) para R$ 78 mil na sexta-feira (30).

Esse foi um crescimento de aproximadamente 7% em apenas uma semana.

Portanto, por se tratar da principal criptomoeda do mundo, é possível que o Bitcoin vai puxar junto a cotação das demais criptomoedas.

Considerando o cenário com inflação alta, câmbio desvalorizado e incertezas mundiais, o Bitcoin pode ser uma excelente opção de investimento.

Esse foi o nosso giro econômico da semana.

Trazendo expectativas sobre investimentos e cenários futuros.

Fique ligado que semana que vem tem mais.

 

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Autor: andre.horta

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