Na manhã desta segunda-feira (28/12) o Banco Central divulgou o Boletim Focus da semana, e como era esperado, as projeções se mantiveram estáveis.
Afinal, esse é o penúltimo relatório do ano, e por isso, as projeções costumam ser bastante certeiras nessa época em relação aos números de 2020.
Um dos pontos que chamou a atenção foi a queda na projeção do IGP-M para 23,75%. Essa foi a segunda semana seguida que o indicador foi projetado para baixo.
Isso mostra que o mercado segue acreditando em uma normalidade na taxa de câmbio para o ano que vem, trazendo menos impactos nos preços da matéria prima.
Quer saber mais? Confira a nossa análise do Boletim Focus publicado nesta segunda-feira, 28 de dezembro de 2020.
Crescimento do PIB
Nessa semana as projeções do PIB se mantiveram estáveis, em -4,40%. Para o ano que vem, o mercado elevou para 3,49% as projeções de crescimento. Na semana passada, a projeção era de 3,46% para o ano que vem.
Sendo assim, o mercado segue acreditando que 2021 será um ano de recuperação para a economia brasileira. No entanto, ainda é preciso muita cautela para apontar qualquer caminho.
Até porque, a vacinação do Covid-19 está apenas começando, e é preciso esperar um pouco para saber se a pandemia realmente será controlada.
Inflação
Na semana passada as projeções para o IPCA eram de 4,39% e se mantiveram estáveis nesta semana.
Após várias revisões para cima, parece que os preços estão começando a se estabilizar. Para 2021, o mercado está acreditando em uma inflação menor, e por isso as projeções para o IPCA no próximo ano são de 3,34%.
As projeções para o IGP-M caíram pela segunda semana seguida. Após várias revisões para cima, agora o mercado acredita que o índice deverá fechar o ano em 23,75%. Na semana passada as projeções eram de 23,90%.
Para 2021, o mercado espera que o câmbio se normalize, e que o real volte a se valorizar. Isso impactará diretamente no IGP-M que está sendo projetado em 4,66% para o ano que vem.
Um dos motivos que faz o IGP-M estar tão alto, é a metodologia usada, pois enquanto o IPCA considera nove categorias de produtos e serviços que refletem o hábito de consumo de 90% das famílias brasileiras, o IGP-M considera uma média aritmética de três índices:
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Assim sendo, por conta da desvalorização do real, muitas commodities que são cotadas em dólar aumentaram o preço, impactando o IGP-M diretamente.
O mesmo acontece com insumos importados, que acabam elevando o custo de produção mas não impactam tão diretamente no IPCA como um todo.
Ao que parece, 2021 deverá trazer indicadores melhores para a economia brasileira que já está mostrando sinais de recuperação.
Taxa de juros e Taxa de Câmbio
Como a última reunião do Copom aconteceu no começo deste mês, houve o encerramento do período para a meta da Taxa Selic que irá fechar o ano em 2%.
A novidade da semana foi a alta na projeção da Taxa Selic para o ano que vem. Durante várias semanas o mercado projetou que a Selic deve fechar 2021 em 3%.
No entanto, nesta semana o mercado reviu suas projeções para cima, e agora acredita que a Selic deverá fechar 2021 em 3,13%.
Em relação ao câmbio, as projeções se mantiveram estáveis nesta semana, com o mercado acreditando que o dólar vire o ano cotado em R$5,14.
Para 2021 a expectativa também se manteve estável. Dessa forma, o mercado acredita que no ano que vem, o câmbio deverá ser de R$5.
Produção Industrial
Em relação à produção industrial, as projeções seguem estáveis. Na semana passada elas eram de -5,00% e nesta semana se mantiveram no mesmo patamar.
As projeções dos investimentos diretos feitos no país também se mantiveram estáveis. Dessa forma, o mercado acredita que os investimentos fecharão o ano em US$40 bilhões.
Isso mostra que a economia mundial ainda segue bastante incerta e que o apetite por investimentos ainda é bem pequeno.
Bitcoin e criptomoedas
O destaque da semana vai para o Bitcoin que cresceu bruscamente. Na semana retrasada a criptomoeda rompeu a zona de resistência dos R$100 mil.
Chegamos a comentar no último relatório, que esse era um bom momento para comprar novamente o BTC, e o que aconteceu foi um crescimento acima de 10% nessa semana.
Na sexta-feira (18) a cotação do BTC estava em R$118.075 e nesta última sexta-feira (25) o BTC chegou a ser cotado em R$138.116.
Portanto, o cenário que seguia estável para manutenção mudou, e agora pode ser um bom momento para compra até que uma nova zona de resistência seja alcançada.
Inclusive, para o longo prazo a criptomoeda segue sendo uma boa aposta, ainda mais por conta dos halvings que ela possui.
Esse foi o nosso giro econômico da semana trazendo expectativas sobre investimentos e cenários futuros. Fique ligado que semana que vem tem mais.