Na manhã desta segunda-feira (21/12) o Banco Central divulgou o Boletim Focus da semana, e o que foi observado foi uma melhora nas projeções da taxa de câmbio.
Dessa forma, o dólar deverá fechar o ano cotado a R$5,15, bem inferior aos R$5,38 projetados há quatro semanas atrás.
Já o índice IPCA continua subindo, e saiu de 4,35% na última semana para 4,39% nessa. No entanto, dá para ver que o crescimento dos preços está perdendo fôlego.
Em relação ao PIB, a previsão segue estável. O rombo previsto, saiu, portanto, de -4,41% e foi para -4,40%.
Para o próximo ano a projeção piorou um pouco, e o mercado agora espera que o crescimento da economia brasileira fique em torno de 3,46% em 2021.
Quer saber mais? Confira a nossa análise do Boletim Focus publicado nesta segunda-feira, 21 de dezembro de 2020.
Crescimento do PIB
Nessa semana as projeções do PIB se mantiveram estáveis, saindo de -4,41% para -4,40%. Para o ano que vem, ela teve uma leve piora, saindo de 3,50% para 3,46%.
Pela expectativa do mercado, 2021 será um ano de recuperação econômica para a economia brasileira, embora o cenário ainda seja de incertezas.
Até porque, a vacinação do Covid-19 está apenas começando nos países europeus, e é preciso esperar um pouco para saber se a pandemia realmente será controlada.
Inflação
A inflação foi a grande vilã neste ano de 2020, e vai fechar o ano acima do centro da meta traçada. Na semana passada as projeções para o IPCA eram de 4,35%. Nesta semana elas ficaram em 4,39%.
Portanto, apesar de continuar crescendo, o que dá para ver é que o aumento de preços está perdendo um pouco a força neste final de ano.
Para 2021, o mercado está acreditando em uma inflação menor, e por isso as projeções para o IPCA no próximo ano são de 3,35%.
As projeções para o IGP-M caíram pela primeira vez. Após várias revisões para cima, agora o mercado acredita que o índice deverá fechar o ano em 23,90%. Na semana passada as projeções eram de 24,10%.
Para 2021, o mercado espera que o câmbio se normalize, e que o real volte a se valorizar. Isso impactará diretamente no IGP-M que está sendo projetado em 4,70% para o ano que vem.
Um dos motivos que faz o IGP-M estar tão alto, é a metodologia usada, pois enquanto o IPCA considera nove categorias de produtos e serviços que refletem o hábito de consumo de 90% das famílias brasileiras, o IGP-M considera uma média aritmética de três índices:
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Assim sendo, por conta da desvalorização do real, muitas commodities que são cotadas em dólar aumentaram o preço, impactando o IGP-M diretamente.
O mesmo acontece com insumos importados, que acabam elevando o custo de produção mas não impactam tão diretamente no IPCA como um todo.
Ao que parece, 2021 deverá trazer indicadores melhores para a economia brasileira que já está mostrando sinais de recuperação.
Taxa de juros e Taxa de Câmbio
Como a última reunião do Copom aconteceu no começo deste mês, houve o encerramento do período para a meta da Taxa Selic que irá fechar o ano em 2%. Para 2021, as projeções são de que a taxa básica de juros suba para 3%.
Em relação ao câmbio, as projeções melhoraram também, e agora o mercado acredita que em 2020 o dólar vire o ano cotado em R$ 5,15.
Para 2021 a expectativa também melhorou, por isso as projeções para o câmbio no ano que vem saíram de R$ 5,03 para R$ 5,00.
Produção Industrial
Em relação à produção industrial, as projeções seguem estáveis. Na semana passada elas eram de -5,00% e nesta semana se mantiveram no mesmo patamar.
Em relação aos investimentos diretos feitos no país, a expectativa caiu um pouco. O mercado que vinha projetando US$ 41,30 bilhões de investimento reviu as projeções e agora acredita que eles serão de US$ 40,00 bilhões.
Isso mostra que a economia mundial ainda segue bastante incerta e que o apetite por investimentos ainda é bem pequeno.
Bitcoin e criptomoedas
O destaque da semana vai para o Bitcoin que parece ter rompido uma nova zona de resistência até então fixada em R$100 mil.
Durante algumas semanas, a cotação da criptomoeda caía ao chegar nesse patamar. No entanto, nesta última semana o preço do Bitcoin disparou.
Na sexta-feira (11) a cotação do BTC estava em R$ 91.480 e nesta última sexta-feira (18) o BTC chegou a ser cotado em R$ 118.075.
Portanto, o cenário que seguia estável para manutenção mudou, e agora pode ser um bom momento para compra até que uma nova zona de resistência seja alcançada.
Inclusive, para o longo prazo a criptomoeda segue sendo uma boa aposta, ainda mais por conta dos halvings que ela possui.
Esse foi o nosso giro econômico da semana trazendo expectativas sobre investimentos e cenários futuros. Fique ligado que semana que vem tem mais.