Na manhã desta segunda-feira (04/01) o Banco Central divulgou o último Boletim Focus do ano de 2020, e como já era esperado, os indicadores se mantiveram estáveis.
O destaque foi para a projeção do PIB. O mercado acredita agora que o ano de 2020 deverá fechar com um recuo de -4,36%.
Apesar da melhoria nas projeções para o fechamento de 2020, para 2021 as projeções pioraram um pouco. Agora, a estimativa é que o PIB deste ano será de 3,40%.
Isso mostra que o mercado segue acreditando em uma recuperação econômica para esse ano que se inicia, apesar do governo federal ainda não ter divulgado nenhum plano de vacinação contra o Covid-19.
Quer saber mais? Confira a nossa análise do Boletim Focus publicado nesta segunda-feira, 04 de janeiro de 2021.
Crescimento do PIB
Nesta semana as projeções para o PIB de 2020 tiveram uma leve melhoria, saindo de -4,40% para -4,36%.
Para o ano de 2021, porém, a expectativa de crescimento do PIB piorou. Na semana passada a expectativa era de que em 2021 a economia crescesse 3,49%, já nesta semana a expectativa passou para 3,40%.
No entanto, o mercado ainda segue acreditando em uma recuperação econômica neste ano, embora nenhum plano de vacinação contra o Covid-19 tenha sido divulgado pelo governo federal.
Inflação
A inflação que foi a grande vilã em 2020 está perdendo forças. Dessa forma, a expectativa para o IPCA é de 4,38% em 2020. Os dados oficiais ainda não foram divulgados.
Já o IGP-M que foi previsto em 23,75% no penúltimo relatório FOCUS, fechou o ano em 23,14%. Para 2021 a expectativa é que o índice se normalize e feche o ano em 4,58%.
A projeção para o IPCA em 2021 segue estável, e o mercado acredita que devemos fechar este ano com uma inflação de 3,34%. Ou seja, dentro da meta.
Um dos motivos que faz o IGP-M estar tão alto, é a metodologia usada, pois enquanto o IPCA considera nove categorias de produtos e serviços que refletem o hábito de consumo de 90% das famílias brasileiras, o IGP-M considera uma média aritmética de três índices:
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Assim sendo, por conta da desvalorização do real, muitas commodities que são cotadas em dólar aumentaram o preço em 2020, impactando o IGP-M diretamente.
O mesmo acontece com insumos importados, que acabam elevando o custo de produção mas não impactam tão diretamente no índice IPCA.
Taxa de juros e Taxa de Câmbio
A expectativa para a Taxa Selic em 2021 voltou a melhorar. Agora o mercado acredita que ela deverá fechar o ano em 3%. Na semana passada, a projeção para esse ano era de que a Selic fosse fechar o ano em 3,13%.
Com o fim do auxílio emergencial, o mercado segue acreditando que não será necessário elevar a taxa de juros para desestimular o consumo. Afinal, isso acontecerá naturalmente com menos dinheiro circulando na economia.
Em relação ao câmbio, as projeções seguem estáveis nesta semana, com o mercado acreditando que o dólar feche o ano cotado a R$5,00.
Em 2020, o dólar fechou o ano cotado a R$5,19, um pouco superior aos R$5,14 que foram previstos pelo mercado. A expectativa é que o câmbio também se normalize.
Produção Industrial
Em relação à produção industrial, houve uma piora nas projeções para 2021. O mercado que seguia acreditando em um crescimento de 5% no ano, fez revisões para baixo e agora acredita que o crescimento da indústria será de 4,78% neste ano.
O último relatório Focus do ano ainda apontou que a produção industrial deve fechar o ano de 2020 com um recuo de -5,00%. Portanto, a expectativa é que a indústria não consiga se recuperar totalmente neste novo ano.
As projeções dos investimentos diretos feitos no país também se mantiveram estáveis. Dessa forma, o mercado acredita que os investimentos fecharão o ano em US$40 bilhões.
Para 2021, porém, a expectativa é que os investimentos diretos feitos no país subam para US$60 bilhões. Tudo vai depender, porém, das políticas fiscais feitas pelo governo.
Bitcoin e criptomoedas
O destaque da semana continua sendo o Bitcoin que está se valorizando em uma velocidade alucinante e fechou a semana cotado em quase R$167 mil.
Em comparação com o mesmo dia da semana anterior, a valorização foi de aproximadamente 21%. Chegamos a comentar inclusive que a recomendação da criptomoeda era de compra.
E pelo visto, o momento ainda está propício para as compras, visto que até agora não há ainda uma zona de resistência definida para a criptomoeda.
Ao considerar o longo prazo, muitos especialistas acreditam que o valor do Bitcoin chegará a bater os R$200 mil.
Esse foi o nosso giro econômico da semana trazendo expectativas sobre investimentos e cenários futuros.
Fique ligado que semana que vem tem mais.