Na manhã desta segunda-feira (01/03), o Banco Central divulgou mais um Boletim Focus com expectativas econômicas para 2021.
A semana não teve grandes novidades, com o PIB sendo projetado em 3,29% e a taxa Selic a 4%. Em resumo, o mercado segue cauteloso.
A projeção para o IPCA continuou subindo, e o mercado agora acredita que o indicador fechará o ano em 3,87%. Esse valor é superior à meta da inflação para 2021.
O câmbio segue preocupando, e por isso as projeções do IGP-M também pioraram para 2021. Com a mudança na presidência da Petrobrás a reação dos investidores não foi boa.
No entanto, ainda é cedo para dizer até que ponto o governo irá interferir no preço do combustível, o que poderia gerar uma reação ainda pior do mercado financeiro.
Quer saber mais sobre as projeções do mercado? Confira a nossa análise do Boletim Focus publicado nesta segunda-feira, 01 de março de 2021.
Crescimento do PIB
A projeção para o crescimento do PIB se manteve estável nesta semana. Dessa forma, os analistas seguem acreditando que o crescimento será de apenas 3,29% neste ano.
O mercado está ainda receoso em relação ao futuro da economia brasileira, principalmente após o anúncio do novo presidente da Petrobrás e também sobre o avanço da vacinação no país.
Entretanto, é muito cedo para apontar qualquer caminho, mas a tendência é de que o PIB não deverá recuperar a perda de 2020 em 2021.
Inflação
Em relação à inflação, o cenário continua incerto. Por isso, tanto as projeções para o IPCA quanto para o IGP-M, pioraram nesta semana.
No último relatório, o IPCA estava previsto em terminar o ano em 3,82%, e agora os analistas acreditam que ele fechará 2021 em 3,87%. Esse valor é superior à meta da inflação para o ano.
Já em relação ao IGP-M, a projeção piorou ainda mais. Na semana passada ela era de 8,02% e agora chegou em 8,88%. Um dos principais influenciadores para essa piora no IGP-M é a taxa de câmbio que continua sendo projetada para cima.
É importante entender que o IPCA e o IGP-M são índices com metodologia diferentes um do outro e por isso os valores entre eles divergem.
Enquanto o IPCA considera nove categorias de produtos e serviços que refletem o hábito de consumo de 90% das famílias brasileiras, o IGP-M considera uma média aritmética de três índices:
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Assim sendo, quando ocorre uma desvalorização do real, muitas commodities que são cotadas em dólar sobem, impactando o IGP-M diretamente.
Taxa de juros e Taxa de Câmbio
A selic que na semana passada foi revista para cima continuou sendo projetada em 4% ao ano. Isso mostra, que os especialistas seguem acreditando que o Copom deverá elevar a taxa de juros para tentar conter a pressão inflacionária.
Há um certo consenso de que no longo prazo a taxa Selic subirá gradualmente sendo que para 2024 as projeções são de 6% para ela. Para o ano que vem as projeções seguem em 5%.
A Taxa de Câmbio que já havia subido na semana passada continuou piorando, e agora os analistas seguem acreditando que ela deverá virar o ano em R$ 5,10.
Entretanto, ainda é muito cedo para apontar um caminho sólido para o câmbio, afinal, nesta semana, a cotação da moeda americana teve uma alta considerável.
Produção Industrial
O maior destaque negativo da semana foi para a projeção da produção industrial. O mercado que deu sinais um pouco positivos na última semana, voltou atrás.
A projeção para o ano caiu de 5,18% para 4,30%. Essa queda tem muita relação com os acontecimentos da Petrobras que gerou certa insegurança no mercado financeiro.
Por isso, ainda é cedo para dizer se a indústria conseguirá recuperar-se neste ano. Afinal, muitos são os fatores envolvidos, e um deles está relacionado à retomada da economia mundial.
Também influenciado pela mudança na Petrobrás, a projeção para os investimentos diretos caiu pela primeira vez no ano, e agora está em US$ 55 bilhões.
Bitcoin e criptomoedas
Na semana retrasada falamos que era um bom momento para a compra de Bitcoin, e o cripto ativo chegou na casa dos R$ 270 mil.
Já na semana passada continuamos falando que ainda era o momento para compra, visto que o Bitcoin não tinha atingido nenhuma zona de resistência.
No entanto, parece que ela encontrou uma zona de resistência nos R$ 300 mil. Por isso, para a próxima semana a indicação é de neutralidade até que a zona de resistência seja rompida novamente.
Esse foi o nosso giro econômico da semana trazendo expectativas sobre investimentos e cenários futuros. Fique ligado que semana que vem tem mais.