Giro econômico da Semana – Análise do Boletim Focus (01/02)

Análise do Boletim Focus (01/02)

Na manhã desta segunda-feira (01/02) o Banco Central divulgou mais um Boletim Focus com expectativas para a economia.

Nesta semana os indicadores se mantiveram estáveis, com destaque para o IGP-M que estava previsto a 5,52% na semana passada e agora saltou para 6,57%.

Como a projeção para o IPCA se manteve praticamente estável, o mercado está acreditando numa possível inflação de custos internos ou da construção civil.

Até porque a projeção para o câmbio se manteve estável, o que consequentemente acarreta em uma estabilidade no preço das commodities.

Quer saber mais sobre as projeções do mercado? Confira a nossa análise do Boletim Focus publicado nesta segunda-feira, 01 de fevereiro de 2021.

Crescimento do PIB

As projeções para o crescimento do PIB estagnaram nesta semana. Na semana passada, a projeção era de crescimento de 3,49% neste ano, agora ela subiu para 3,50%.

Essa estagnação mostra que o mercado ainda está cauteloso em relação aos efeitos da vacinação, mas esperançoso de que ela vá surtir resultados.

Ainda é um pouco cedo para apontar um caminho sólido de crescimento no Brasil. Portanto, mudanças nas projeções do PIB ainda podem acontecer durante o ano.

Inflação

Em relação à inflação, o cenário segue com bastante incertezas. Por isso, as projeções pioraram para o IGP-M  e se mantiveram estáveis para o IPCA.

O IPCA que estava previsto em terminar o ano em 3,50% na semana passada subiu levemente nesta semana. Agora a previsão é que o índice termine o ano em 3,53%.

O IGP-M que foi o grande vilão em 2020 foi novamente revisto para cima, sendo que o mercado agora segue acreditando que o indicador irá virar o ano em 6,57%.

No ano passado, o IGP-M fechou em 23,14%. Por isso, apesar da projeção ter piorado, ainda assim o mercado segue acreditando em uma estabilidade maior neste ano.

Um dos motivos que faz as projeções do IPCA serem diferentes do IGP-M é a metodologia usada.

Pois, enquanto o IPCA considera nove categorias de produtos e serviços que refletem o hábito de consumo de 90% das famílias brasileiras, o IGP-M considera uma média aritmética de três índices:

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Assim sendo, quando ocorre uma desvalorização do real, muitas commodities que são cotadas em dólar sobem, impactando o IGP-M diretamente.

Taxa de juros e Taxa de Câmbio

A expectativa para a taxa Selic em 2021 continuou igual nessa semana, com o mercado acreditando que ela irá virar o ano em 3,50%.

Dá para notar que os analistas ainda seguem indecisos se realmente será necessário aumentar a taxa de juros para conter a pressão inflacionária.

No entanto, há um certo consenso de que no longo prazo a taxa selic irá subir gradualmente devendo se manter em 5% daqui dois anos em um cenário estável.

Em relação a Taxa de Câmbio, as projeções seguem estáveis nesta semana, com o mercado acreditando que o dólar irá virar o ano cotado em R$ 5,01.

No entanto, essas projeções ainda podem sofrer muita oscilação, dependendo do andar da pandemia não só no Brasil como no mundo.

Sendo assim, pode acontecer uma melhoria da taxa de câmbio, como também uma piora, caso a vacinação não se mostre eficaz.

Produção Industrial

As projeções para a produção industrial tiveram uma leve piora nesta semana, com o mercado acreditando que a indústria irá crescer 5,02% neste ano.

Na semana passada, as projeções de crescimento da produção industrial haviam subido para 5,03%. Se a expectativa se mantiver, podemos dizer que a indústria conseguirá recuperar a perda de 2020 ainda neste ano.

As projeções dos investimentos diretos feitos no país se mantiveram. Nesse sentido, o mercado acredita que os investimentos fecharão o ano em US$ 60 bilhões.

Diante das incertezas, os analistas de mercado decidiram se manter um pouco neutros na semana, sendo que nenhuma projeção variou muito.

Bitcoin e criptomoedas

Na semana passada falamos que o Bitcoin havia atingido a zona de resistência de R$ 200 mil, e uma zona de suporte nos R$ 180 mil.

Durante a semana, o suporte foi rompido algumas vezes, chegando a criptomoeda a valer R$ 164 mil na quarta-feira (27). Após isso ela se recuperou e voltou para dentro da zona entre R$ 180 mil e R$ 200 mil.

A recuperação repentina na própria quarta-feira é justificada pela decisão do FED de manter a taxa de juros nos EUA. Havia muita expectativa em relação ao aumento da taxa de juros.

Caso a taxa aumentasse, o Bitcoin seguiria em declínio até encontrar um novo suporte, sendo o momento ideal para a venda.

Mas, com essa decisão do FED, o momento exige neutralidade para quem possui criptomoedas até que uma zona de suporte ou resistência seja ultrapassada.

Esse foi o nosso giro econômico da semana trazendo expectativas sobre investimentos e cenários futuros. Fique ligado que semana que vem tem mais.

 

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Autor: andre.horta

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